- Reside em: Rio de Janeiro, Brasil
- Aprendeu com: Mestre Marco Aurélio, Mestre Moraes
- Estilo de Capoeira: Angola
Biografia:
Armando Teixeira Leão, conhecido como Mestre Armando ou Mestre Armandinho, é uma das figuras importantes da história da Capoeira Angola no Rio de Janeiro e em Fortaleza, Ceará, com uma carreira que vai da década de 1970 até os dias atuais.
Início do treinamento e formação no Rio de Janeiro
Mestre Armando começou a praticar capoeira em 1974 com Mestre Marco Aurélio no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, ele se tornou aluno direto de Mestre Moraes, líder do renascimento da Capoeira Angola no Rio e fundador do GCAP (Grupo de Capoeira Angola Pelourinho).
Fez parte de uma das mais fortes e influentes gerações de Angoleiros no Rio, ao lado de vários jovens praticantes que ajudaram a restabelecer a identidade da Capoeira Angola durante um período marcado pelo movimento da Consciência Negra e ativismo cultural afro-brasileiro.
Durante este tempo, Armando:
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tornou-se conhecido nas rodas do Rio,
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ensinou muitos alunos que mais tarde se tornariam figuras centrais na cena angola,
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e participou ativamente em espaços culturais e políticos ligados à luta pela consciência racial e identidade negra.
Através da capoeira, desenvolveu uma forte ligação com o movimento negro brasileiro e passou a participar de iniciativas sociais e políticas voltadas para a defesa do patrimônio afro-brasileiro.
Mudança para Fortaleza e engajamento social (anos 1990)
Na década de 1990, Mestre Armando mudou-se para Fortaleza, no estado do Ceará. Lá, ele fundou um grupo de Capoeira Angola e se envolveu em vários movimentos culturais e sociais afro-brasileiros.
O seu trabalho incluiu colaborações com:
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ONGs locais,
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organizações culturais de base comunitária,
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projetos de apoio à igualdade racial e à identidade afro-brasileira.
Em Fortaleza, Armando rapidamente se tornou conhecido por sua ligação com os principais movimentos sociais negros e afro-descendentes, reforçando as dimensões culturais e políticas da Capoeira Angola.
Ligação ao GCAP e posterior independência
De 2001 a 2008, seu grupo em Fortaleza foi oficialmente filiado ao GCAP, mantendo laços diretos com a linhagem do Mestre Moraes.
Em 2008, o grupo se tornou independente, continuando a trabalhar com os mesmos princípios culturais e históricos e fortalecendo sua própria identidade no Ceará.
Trabalho atual
Hoje, Mestre Armando trabalha como Coordenador Executivo de Políticas de Igualdade Racial, dando continuidade à sua longa trajetória de defesa dos direitos, da visibilidade e da herança cultural das comunidades afro-brasileiras.
Seu trabalho com a capoeira continua profundamente ligado ao ativismo, à educação e à defesa das tradições culturais africanas no nordeste do Brasil.
Engajamento internacional
Embora amplamente respeitado no Brasil, especialmente entre os praticantes ligados ao Mestre Moraes e ao GCAP, Mestre Armando tem feito poucas aparições no exterior.
Os workshops com ele são considerados oportunidades raras de aprender com um mestre diretamente ligado ao movimento angola no Rio.
Ele expressou preferência por oficinas pequenas, focadas e íntimas, enfatizando o estudo próximo e a interação pessoal, em vez de grandes eventos públicos.
Legado
Mestre Armando é reconhecido por:
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fazer parte da primeira geração de Angoleiros formados no Rio com Mestre Moraes,
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manter a Capoeira Angola no Ceará por décadas,
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ligar a prática da capoeira aos movimentos políticos e culturais afro-brasileiros,
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formando inúmeros alunos e fortalecendo o trabalho comunitário,
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e contribuindo para a igualdade racial e a política cultural da diáspora africana.
Sua influência é sentida tanto nas rodas históricas do Rio de Janeiro quanto na forte presença da Capoeira Angola no nordeste, particularmente em Fortaleza.