Nome: Paulo dos Santos, conhecido como Mestre Limão
Nascimento: 18 de julho de 1945 em Santo Amaro da Purificação, Bahia, Brasil
Falecimento: 1985 (durante um último retorno à Bahia)

Mestre Limão começou a praticar capoeira na Bahia, participando das rodas de rua de sua juventude. Ele se desenvolveu em um ambiente tradicional angolano e mais tarde tornou-se aluno direto do Mestre Caiçara, um dos respeitados mestres de capoeira de Salvador.

Em 1969, mudou-se com o Mestre Caiçara para São Paulo, época em que muitos praticantes de capoeira da Bahia ajudavam a estabelecer a arte nas cidades do sudeste do Brasil. Em São Paulo, Limão tornou-se parte de uma importante geração de mestres que moldaram o início da cena urbana da capoeira.

Naquele mesmo ano, cofundou a Academia São Bento Pequeno com os Mestres Paulão e Pinatti. Pouco tempo depois, fundou sua própria academia, o Quilombo dos Palmares, que se tornou o principal centro de sua atividade de ensino.
Importância na Capoeira

Mestre Limão era conhecido principalmente como praticante de capoeira angolana, mas ensinava capoeira de forma aberta e inclusiva, incorporando elementos da Capoeira Regional, mantendo ao mesmo tempo uma forte base angolana. Era respeitado por seu conhecimento técnico, sua compreensão da música da capoeira — especialmente os ritmos do berimbau que estudou com M. Gato Preto e M. Canjiquinha — e sua ênfase nas dimensões éticas e culturais da arte.

Ele era conhecido por fazer uma distinção clara entre simplesmente ensinar alunos e formar discípulos, afirmando que um discípulo busca absorver a essência completa do mestre. Essa abordagem moldou seu papel como mentor, e não apenas como instrutor.

Culturalmente, Mestre Limão desempenhou um papel importante na expansão e consolidação da capoeira em São Paulo, ajudando a transmitir as tradições baianas para um novo contexto urbano e social durante um período formativo na história da capoeira.