Waldomiro Malvadeza foi um dedicado praticante de Capoeira Angola, lembrado como uma figura proeminente e dinâmica dentro da academia de Mestre Pastinha em Salvador, Bahia. Conhecido pela sua disciplina, paixão e profundo respeito pela tradição, tornou-se uma das personalidades mais reconhecidas da Escola de Capoeira Angola, contribuindo muito para a preservação do seu ritmo, estrutura e espírito durante a década de 1960.

Durante esse período, quando Mestre Pastinha enfrentou problemas de saúde, seus alunos João Pequeno, João Grande, Waldomiro Malvadeza e outros trabalharam juntos para manter as atividades da academia. Malvadeza, admirado pela sua energia e determinação, desempenhou um papel particularmente ativo na manutenção do espírito, unidade e disciplina que caracterizavam a escola de Pastinha. Apesar de seu corpo magro, ele era conhecido por sua presença poderosa, ginga afiada e um estilo que refletia o ritmo e a elegância do próprio Mestre.

Como contramestre da bateria, Malvadeza incentivava todos os alunos a darem o melhor de si quando tocavam ou cantavam. O seu empenho inspirava os que o rodeavam a tocar com entusiasmo e precisão. Quando ele conduzia a música, a energia da roda aumentava naturalmente - um reflexo do seu amor pela arte e do seu sentido de responsabilidade para com o grupo.

Além da academia, ele representou os alunos de Mestre Pastinha em apresentações públicas e festivais folclóricos em toda a Bahia, ajudando a introduzir a Capoeira Angola para um público mais amplo. Também participou como um dos cantores da gravação de Mestre Pastinha em 1969, ao lado de Raimundo Pequeno, deixando uma marca duradoura na memória musical da Capoeira Angola.

Muitos que treinaram com ele recordam a generosidade e o senso de justiça de Malvadeza, muitas vezes expressos através de sua orientação e natureza protetora para com os capoeiristas mais jovens. Conhecido pela sua coragem e integridade, ele era respeitado dentro e fora da roda - encarnando os ideais de equilíbrio, respeito e consciência que definem um verdadeiro angoleiro.

Uma das histórias mais conhecidas sobre ele fala de uma demonstração de Capoeira na academia, quando um visitante questionou a natureza combativa da arte. Com a permissão de Mestre Pastinha, Malvadeza demonstrou a eficácia da Capoeira Angola com precisão calma - usando habilidade e estratégia em vez de agressão. A sua resposta graciosa deixou uma impressão duradoura, mostrando que o poder da Capoeira não está na força, mas na inteligência, no ritmo e na presença.

Com seu exemplo e liderança, Waldomiro Malvadeza ajudou a fortalecer a comunidade em torno da academia de Mestre Pastinha. O seu legado reflecte um espírito de dedicação, autenticidade e respeito, lembrando às gerações futuras que a Capoeira Angola prospera quando praticada com disciplina, humildade e coração.